O Arsenal resolveu dar uma inovada na já tradicional foto de temporada, em que todos os jogadores do elenco posam com a camisa de jogo, ordenados e felizes. Juntou as equipes masculina e feminina, Arsenal Ladies, no mesmo quadro, lembrando que o futebol deve ser um espaço agregador, e não de expansão da exclusão. É apenas uma foto, é verdade, mas ela carrega uma mensagem implícita importante.
A sessão de fotos está aberta a diversas interpretações. Quem quiser, vê apenas um monte de homens e mulheres juntos em uma fotografia. Mas esse é o Arsenal que há uma semana se posicionou firmemente contra a homofobia através de uma campanha criativa. É o mesmo Arsenal que reconhece oficialmente um grupo de torcedores homossexuais, os Gay Gooners. Isso foi, portanto, um posicionamento, colocando ambas as equipes no mesmo patamar.
A misoginia no futebol ainda não é alvo de tantas críticas quanto deveria. A repercussão do caso de Fernanda Colombo, bandeirinha que cometeu um erro técnico e acabou mais criticada com adjetivos misóginos do que com argumentos que se sustentassem, foi pouco problematizada, por exemplo. Pegando um caso ainda mais recente, desta semana mesmo, o técnico Carlo Ancelotti, em entrevista prévia ao clássico com o Atlético de Madrid, deste sábado, afirmou que futebol era “um jogo para homens, não moças”.
A foto de fato é um gesto bem pequeno, que não terá algum efeito transformador a curto ou médio prazo. Mas esse não é mesmo seu objetivo. É, sim, um posicionamento importante do Arsenal como agremiação. E que ganha ainda mais valor quando essa instituição está inserida em um contexto que consegue ser por vezes tão opressor como o futebol. Como clube, os Gunners passam a mensagem de que o esporte serve para agregar e merecem reconhecimento por isso.
Deixe um Comentário:
0 comments: