Foto: Getty Images/Kevin C. Cox |
Eleita pela Fifa, no começo do ano, a melhor técnica de futebol feminino do mundo, a britânica Jill Ellis está ansiosa para comandar a equipe dos Estados Unidos nos Jogos Rio 2016. Trabalhar no Maracanã foi uma experiência que a treinadora não esquece e pretende repetir.
Para isso, no entanto, precisa levar sua equipe à decisão da medalha de ouro. Desde que esteve no país para o Panamericano de 2007, ela relembra a sensação de entrar em campo no Maracanã. “Essa é uma das minhas melhores memórias como treinadora”, conta Jill em entrevista exclusiva para o Rio2016.com.
Na época, ela estava no comando do time americano sub-20 e jogou a final contra o Brasil no famoso estádio do Rio de Janeiro. “Perdemos por 5 a 0, mas a atmosfera era incrível. Estar na meca do futebol foi uma grande experiência para mim.” O time que virá ao Rio 2016 é diferente do que ganhou a última Copa do Mundo, no Canadá, no ano passado. “Temos novas jogadoras, mais jovens, misturadas às veteranas”.
A goleira Hope Solo, a atacante Alex Morgan e a meia Carli Lloyd serão referência no grupo. Embora algumas atletas tenham se afastado por causa de contusões, Jill espera que o time completo esteja de volta para um amistoso antes da viagem para o Brasil, no dia 27. Ingressos para o futebol feminino custam de R$ 40 a R$ 70 Mesmo com Japão e Grã-Bretanha – respectivamente vice-campeão e quarto colocado da Copa do Mundo – fora do torneio Olímpico, a técnica não acredita em vida fácil para os Estados Unidos.
Mas afirma que a equipe é uma das candidatas ao ouro, ao lado de Alemanha, Austrália, Brasil e França. “Em casa, o Brasil deve ser favorito”, diz. O time americano faz os dois primeiros jogos no Mineirão, em Belo Horizonte: dia 3 pega a Nova Zelândia e dia 6 joga contra a França. Na sequência, viaja para Manaus, onde enfrenta a Colômbia no dia 9. “Os estádios estarão cheios e será muito emocionante”, aposta a treinadora.
Uma menina no jogo dos homens Jill Ellis tem uma história peculiar. Seu pai, um militar da marinha britânica, trabalhou muitos anos na Federação de Futebol Inglesa disseminando o esporte em países como Trinidad e Tobago, onde foi técnico da seleção nacional.
Ela cresceu torcendo para o Manchester United e jogando bola com os meninos – inclusive o irmão, também treinador. Em 1981, a família se mudou para os Estados Unidos e a garota continuou os estudos até se formar em Artes e concluir o mestrado na área de literatura. Mas embora a carreira acadêmica parecesse uma escolha lógica, ela largou um emprego lucrativo para ser técnica de futebol. Os pais não viram com bons olhos a mudança de rota, principalmente por questões salariais. Jill, porém, persistiu e chegou às categorias de base do time dos Estados Unidos.
Um ano depois da estreia como treinadora da seleção principal, em 2014, já foi eleita a melhor do mundo. “Meus pais não esconderam o orgulho”, conta. “São meus maiores fãs e devo muito a eles”. Jill diz ver com certa surpresa o fato de virado referência no futebol feminino, especialmente para aspirantes a treinadoras.
“Nunca pensei em mim como modelo, mas muitas mulheres me dizem que querem fazer o que eu faço”, revela. “É difícil, você tem que trabalhar duro para ganhar respeito”. Ela defende que o importante, no futebol, não é o sexo do treinador, mesmo em times femininos. “A comunicação conta muito, um bom técnico se conecta com as pessoas e faz os atletas evoluírem”, completa. Apesar de britânica – e da influência do pai –, Jill se vê como uma treinadora de perfil americano. Garante que acompanha futebol de perto e que sofre influência de outros técnicos. “Procuro sempre aprender. O esporte é minha paixão e quero crescer como profissional”. De preferência, dentro do campo do Maracanã, no dia 19 de agosto, para a disputa de medalha de ouro do futebol feminino.
Via www.rio2016.com
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